A temida ligação finalmente tinha chegado em seu celular pela manhã. Ágata se levantou já com ele em punho e começou a ler a mensagem enviada diretamente do hospital local:
Informamos o falecimento da senhora Wilma e do senhor Felipe em decorrência de causas naturais, devido ao estado avançado de suas respectivas idades. Venha o quanto antes reconhecer o corpo de seus entes queridos para que possamos dar andamento ao valor final das respectivas estadias.
Ágata por um instante ficou perplexa com aquela nota do hospital, pois um dia antes, ela tinha ido ao encontro de seus pais para jogarem conversa fora – porque ela acreditava que eles iriam ter alta o quanto antes – mas pelo visto isso não era a mais pura verdade vinda das enfermeiras do hospital.
E agora?… O que vou fazer sem eles por perto?… – pensava Ágata enquanto escovava os seus dentes de uma maneira muito desleixada – Vou ter que enterrá-los e depois terei que ser forte para seguir com a minha própria vida. Sempre sonhei com esse dia, mas nunca pensei que esse dia chegaria tão cedo. Mas pelo visto chegou.
Ágata se sentou em sua cama calmamente – como se quisesse tranquilizar a dor que estava sentindo em seu peito – para calçar os seus tênis e logo veio em sua mente a possibilidade de finalmente morar em um outro lugar.
Meus pais sempre me incentivaram a desbravar o mundo, mas por outro lado, sempre me quiseram ao lado deles o tempo todo, então… eu sempre fiquei numa situação muito dificil. Mas agora vejo que não é hora de chorar e sim, tentar abrir a minha alma com novas possibilidades e aventuras que só o destino irá me libertar.
E assim, Ágata decidi tomar coragem para ir ao hospital fazer o reconhecimento dos corpos de seus pais, ao mesmo tempo em que tenta se imaginar em um outro lugar para se amar e ser feliz novamente.

