Sendo uma jornalista muito eficiente

– Quero me candidatar a vaga de livreiro, por favor… – informa Ágata ao adentrar pela Livraria Lello já com o seu currículo em mãos.

– Você tem disponibilidade de horário?… – pergunta a gerente da livraria.

– Tenho sim!… Estou livre na parte da manhã e da tarde também. Pois à noite eu estudo jornalismo na Universidade do Porto – informa Ágata, ao perceber que as suas mãos estavam completamente suadas por causa de sua ansiedade.

– Perfeito!… A vaga é sua… – informa a gerente, indo pegar o avental de sua nova funcionária.

Ágata mal conseguia acreditar naquilo que estava acontecendo bem em sua frente. Ela tinha conseguido um novo emprego e um curso para cursar na Universidade. Tudo em apenas dois dias que estava ali na cidade do Porto, em Portugal.

– O trabalho por aqui é bem fácil e dinâmico… – informa a gerente – pela manhã organizamos nas estantes os novos livros que entram no sistema e atendemos os clientes no hall de entrada também. Pois enquanto um grupo faz o primeiro serviço, o segundo grupo, fica encarregado de atender os clientes que entram na livraria em fila. Entendeu?

– Sim!

– Você vai começar pela organização dos novos livros que entram pelo sistema até decorar onde cada sessão fica; tudo bem?…

– Está ótimo! – Ágata reage de forma totalmente confiante, ao amarrar os fitilhos do avental vinho e verde atrás das costas.

Conforme Ágata ia organizando os livros no sistema e nas estantes, ela não pôde deixar de reparar nos clientes que entravam na Livraria Lello pedindo uma difusão enorme de assuntos, que estavam em sua cabeça. Arte, Sociedade, Cultura, Econômia, Inteligência Artificial, Esportes, Biografias e por aí ia. Mas logo Ágata entrou em choque, pois os funcionários sabiam falar diversas línguas de maneira fluente enquanto ela só sabia falar português e um pouco de inglês apenas.

Talvez aquela livraria era a única no mundo que cobrava pela entrada, por ser a livraria mais bonita do mundo, eleita pela Europa, é claro. Então já daria para imaginar como seria o novo mundo profissional de Ágata no meio de todos aqueles gringos, que já sabiam o que queriam mesmo antes de se deparar com aquelas escadas que serviram de inspiração para o mundo mágico de Harry Potter.

Ágata saia todos os dias às cinco da tarde e pegava na Universidade do Porto às sete horas da noite em ponto. Passou-se dias, semanas e meses e de repente ela já estava conseguindo falar com a maiora dos gringos em inglês sem gaguejar uma só palavra, o que deixava os outros funcionários muito enciumados, porque ela dizia que nunca conseguiu terminar um curso de inglês sequer, mas de tanto estudar por conta própria a língua ela acabou pegando o jeito da coisa e deslanchou no novo emprego chegando ao cargo de supervisora de seus colegas de trabalho.

No curso de jornalismo não foi diferente. Ela se empenhou com unhas e dentes e já começava a sonhar em ser uma correspondente internacional já que o inglês para ela já não era um problema assim tão grande. Ela conseguiu fazer amizades sólidas que sonhavam junto com ela sobre o que iam ser dali para frente. E assim, os períodos foram passando até que ela chegou em seu dia de formatura; mas já pensando em que ia fazer de Mestrado e Doutorado.

Por fim, ela optou em fazer jornalismo internacional em seu Mestrado e Doutorado até que ela chegou no cargo de gerente da Livraria Lello no mesmo ano em que estava terminando o seu Pós Doutorado pela Universidade do Porto, mas já com um outro emprego em mente na redação do jornal local.


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