Buscando um refúgio entre os zumbis

– Há quanto tempo estamos aqui?… – pergunta Gerson muito preocupado com os outros – Será que já podemos sair desse bunker?

– Acho que sim… mas e quanto aos zumbis que provavelmente estão rondando lá em cima?

– Vamos ter que ter coragem se quisermos sobreviver a este novo inferno – argumenta Gerson, ao comer um pedço de carne em seu prato.

– Ainda bem que aqui embaixo está lotado de armas e munições… – rebate Maria Clara já pensando nos próximos passos daquela comitiva – Pois não quero ficar aqui embaixo para sempre, por mais que tenhamos muita comida.

– Ela está certa!… Precisamos pegar o que for preciso para que possamos ir adiante – Diz Gerson recarregando algumas armas.

– Como assim ir adiante?… – pergunta Fabiana, sem entender nada daquilo – Pensei que aqui estávamos seguros.

– Mas não é possível!… Você acha que realmente ficaríamos aqui até quando?… Ou será que você se esqueceu que o governo do mundo todo foi extinto. Agora é cada um por si e Deus por todos. Se ainda existir fé nesse mundo de desolação, é claro.

– Mas iremos para onde?… – torna a perguntar Fabiana – Aqui temos tudo o que precisamos até que chegue algum reforço do estado.

– Você está surda ou o quê?… Já falei que o estado não quer mais saber de sua população. É só olhar para os noticiários de TV… Eles falam para nos mantermos em casa protegidos mas não demonstram nenhum tipo de plano para a evacuação em massa. Não tem como!… É mais gente do que qualquer governo é capaz de recolher.

– Ele tem razão!… – Diz Estevão, começando à colocar alguns suprimentos em sua mochila para os próximos dias – Eu também não quero ficar aqui para sempre, então… é melhor nos apressarmos até que possamos encontrar uma outra fortaleza no nível do mar, pelo menos.

– Alguém já deve ter tido esse plano!… – Gerson diz em um tom mais alto do que o normal – Pois afinal, o vírus não deve ter corroído à todos que estiveram na superfície no momento da catástrofe, então… Se sobreviveram pessoas como a gente, com toda a certeza deve existir outros lá em cima.

– Mas e se nós nos infectarmos pelo ar? – pergunta Fabiana, ainda um pouco receosa de ter que sair daquele lugar tão acolhedor.

– Não seja uma imbecil!… À essa hora todos nós já fomos infectados – responde Gerson sem nenhum tipo de paciência para ficar mais tempo preso naquele bunker fétido.

– Isso quer dizer então que quem for o próximo a morrer de formas naturais se transformará em zumbi instantanemante, não é isso?… – Pergunta Estevão, tendo uma certa intuição da resposta que seu amigo irá lhe dar.

– Exato!… Há uma hora dessas toda a população que sobreviveu já está infectada também.

– Que horror! – Fabiana mal consegue acreditar naquilo em que escuta.

– Pois vá se acostumando!… – Gerson olha em volta daquele bunker por uma última vez, como se estivesse esquecido de alguma coisa antes de ir – Acho que está tudo certo!… Quem vem comigo?… Fabiana? Estevão? Maria Clara?… Foi o que eu pensei!

E assim, a nova comitiva se transforma numa espécie de família na superfície. Se defendendo de alguns zumbis chatos e logo encontrando um carro onde podem atravessar aquela estrada rumo ao litoral mais próximo.

– Não acha que é melhor irmos para uma cidade maior que essa?… – Sei lá… As vezes podemos encontrar alguma fortaleza bem protegida por outros grupos – Estevão tenta pensar em algumas possibilidades, vendo a cara de poucos amigos daquele que está ao volante.

– Não seja um idiota!… Você acha realmente que alguém vai nos receber de braços abertos nesse inferno que se transformou o mundo?… Caia na real Estevão! – esbraveja Gerson ao cerrar os seus dentes – Nós precisamos ir até a costa para ver se tem algum navio atracado nele. Pois assim, podemos sair desse país assombrado.

– Excelente ideia!… – Diz Maria Clara – Ainda mais se conseguirmos um navio de cruzeiro. Pois ele com toda a certeza irá ter tudo aquilo que precisamos. E acho que nenhum zumbi irá nos perturbar quando tomarmos um e fizermos dele uma fortaleza sob a água.

– Estou pegando um atalho para que possamos chegar no Porto mais rápido… – comunica Gerson, torcendo para que a sua ideia dê certo.


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