A Inteligência artificial era outro tema bem discutido na redação do jornal. Ágata tinha lido nos jornais que os chineses estavam utilizando essa tecnologia para substituir as consultas psicólogicas que estavam cada vez mais caras. O que na visão dela era super válido de se fazer.
E claro que isso trazia muitas discussões divergentes para o centro da mesa. E sua opinião começou a ser muito discutida tanto dentro como fora da redação também. Porque muitos se perguntavam se era realmente válido substituir uma pessoa em seu ofício por uma máquina que tinha sido recem treinada para isso.
Ágata discordava totalmente desse ponto de vista. Alegando que a inteligência artificial tinha vindo para trazer uma revolução no mercado tecnológico. E a substituição da mão de obra humana pela tecnológica era sim, muito bem vinda. Pois em sua visão, em alguns casos terapêuticos era muito difícil diagnosticar uma pessoa e tratá-la com a responsabilidade devida.
Outros acreditavam que os piscólogos poderiam pedir ajuda para a inteligência artificial caso não conseguissem guiar seus pacientes pelas estradas da vida; que muitas das vezes poderia ser bem doloroso e angustiante.
Mas Ágata se mantinha firme em suas convições e logo foi afastada da redação por pensar fora da caixa. O engraçado foi que ela pensou que o jornal tinha lhe contratado por ela pensar exatamente desse jeito pouco convencional. Mas isso não durou muito. Ela logo retornou pois a Europa fez um abaixo assinado pedindo ela de volta ao seu ofício da escrita reflexiva. E assim, ela voltou com a língua muito mais afiada.
Denunciava as políticas de Donald Trump em relação à ele querer celar a paz duradoura entre a Rússia e a Ucrânia sem que este último, estivesse na sala de negociações. Além de ela também ter tido uma matéria na capa principal do jornal, denunciando a saudação nazista de Elon Musk no momento em que entrou para a cúpula de Trump em Washington, que acabou à deixando mais conhecida ainda em todo o mundo.
Recebia convites das principais editoras do mundo para escrever um livro reunindo todas as suas crônicas e contos da contemporaneidade, que ela negava sempre, alegando que sua escrita era para ser debatida bem rapidamente entre amigos, colegas e inimigos mais ferrenhos. Pois poucos tinham dinheiro para comprar livros muito extensos que falavam sobre o mesmo assunto até o final dele.
Pois Ágata sempre gostou mais de jornais. Aquelas notícias sobre o mundo sempre lhe fascinavam muito mais. Nunca foi muito ligada em livros. Sempre os achava chatos e desinteressantes. Mas o jornal era muito diferente. Cada sessão falava sobre um assunto em específico; o que lhe remetia ao seu avô, que lia todos os dias, um jornal por inteiro, fazendo-o uma pessoa muito interessante, cheia de sonhos e pensamentos para o futuro da sociedade.
Os assuntos que Ágata mais gostava quando era pequena era sobre política e tecnologia. Mas seu avô lhe contava apenas as histórias de infância de Bill Gates, Mark Zuckerberg e Steve Jobs. E o duro que eles passaram para chegar no lugar que chegaram.
Isso tudo lhe fascinava. E era até um pouco decepcionante para ela ter Elon Musk, o homem mais rico do mundo se envolvendo em políticas de extrema direita. Logo ele, que era dono da Tesla, Space X e X (antigo twitter).
Ágata leu o seu primeiro livro só quando entrou para o curso de jornalismo na Universidade do Porto. Lia por obrigação pois sabia que poderia utilizar aquelas conhecimentos em seu futuro ofício como jornalista, mas logo voltou a ter o hábito antigo de ler um jornal por inteiro para se informar sobre o mundo. As vezes ficava até de madrugada lendo os tutoriais e colunas que mais gostava. Além de tentar copiar o estilo de alguns jornalistas que tinha admiração de longa data, para ver se sua escrita ficava um pouco mais parecida com aquele do que com este que vos fala.
Suas colunas ficavam cada vez mais ácidas. E muitas das vezes, até parecia que fazia de propósito só para ver o que sua chefe iria fazer depois que aquilo saísse nos jornais de domingo.
Todos na redação começaram a ficar com uma certa inveja dela. Pois tudo o que ela escrevia ia imediatamente para os jornais sem muita das vezes passar pelo crivo editorial. Até fizeram uma pesquisa para avaliar a qualidade do jornal e muitos disseram que só compravam o jornal por causa das crônicas de Ágata, pois o resto parecia não estar no mesmo nível que a escrita dela.
Não precisa nem dizer que isso gerou um fuzuê danado na redação. Pois alguns sentiam muita raiva dela. Porém, Ágata sempre se mostrou muito prestativa com os colegas de trabalho, ajudando-os em seus textos e sempre que podia lhe trazia cafés e vinhos importados de presente.
Isso pareceu amenizar um pouco as coisas mas ela sabia que seus dias estavam contados ali no jornal. Pelo menos era o que pensava. Pois já tinha feito de tudo: colunas, crônicas, contos, matérias de capas, cadernos de cultura e folhetins para políticos de forma anônima e agora já revelada.
Para qualquer jornal que ela escrevia na semana, era sempre o mais vendido e isso à deixou exarcebada de trabalho. O que antes era digno de prazer se tornou algo extremamente extressante. Era hora de pedir um aumento mais que merecido para a sua chefe. Pensava ela. Porém, o que ela não tinha como imaginar era que o lugar de sua chefe estava sendo cogitado para ela assumir muito em breve.