Era mais um dia comum de inverno na Europa. Ágata estava muito feliz e aliviada ao mesmo tempo, pois finalmente não precisava mais se especializar em mais nada, pelo menos era o que pensava. Tinha passado por todas as etapas acadêmicas com maestria. E ao final de sua formatura, foi lhe dada o título de doutora Honoris Causa por seu exímio trabalho acadêmico.
Ela preferia cumprir as cargas horárias de seu trabalho de 20 horas já no inicio de toda semana, para que assim, pudesse ficar livre de ter que ir na redação ao fim da semana. Pois as suas 10 horas finais ela gostava de cumpri-las em restaurantes ou embaixo da ponte do rio olhando os barquinhos que atracavam no Porto, fazendo anúncios de vinhos e outros utensílios.
Ágata além do inglês, também estava aprendendo espanhol, frânces e alemão. E por incrível que pareça estava dando conta de todos os exercícios de fixação de vocabulários, além de estar sempre marcando um tempinho em sua agenda para praticar conversação com outros poliglotas que tinham pelo mundo através do aplicativo cambly.
Aquele era definitivamente o seu lugar. Porto era uma cidade muito especial para ela. Porém, desde que Donald Trump e Elon Musk entraram na política parecia que a Europa estava se modificando aos poucos. Porque os assuntos mais comentados na internet era a imigração desenfreada além é claro, da guerra da Rússia com a Ucrânia que já durava três anos ininterruptos.
Sua última crônica tinha saido no jornal no domingo e teve uma excelente repercussão na redação e fora dela também, pois ela falou que todos os países da Europa precisavam aceitar os imigrantes se quisessem que a sua economia se estabilizasse, para que assim, pudesse gerar cada vez mais empregos prósperos para a sua sociedade. E que o fluxo de pessoas indo e vindo sempre fizeram parte da civilização como um todo. E que um indivíduo não puderia viver sendo restrito em alfandegas mundo afora, sendo tratado muitas vezes, como um prisioneiro de guerra.
Sua capacidade de prender a atenção do leitor e levá-lo a refletir sobre temas pouco expostos na mídia à fez ficar reconhecida em toda a Europa, que rapidamente providenciou de traduzir suas crônicas e contos para diversas línguas. E assim, seria um pouco chato se ela não se torna-se uma poliglota nata, pois Ágata já tinha começado a pensar na possibilidade de escrever livros sobre diversos temas em específico e quem sabe, poder fazer um tour pela própria Europa para divulgá-los em bienais mundo afora também. E nada melhor do que se sentir confiante diante de um novo idioma ainda pouco explorado em sua educação auto didata.
Em todos os ambientes que ela aparecia muitos vinham cumprimentá-la por suas habilidades excepcionais de escrita e retórica, que a grande maioria via em noticiários locais com a sua presença sempre marcante e envolvente.
Alguns partidos de Portugal até tentavam fazer com que ela se associasse como membro efetivo de suas siglas e marketing’s pouco envolventes, mas ela se sentia mais capacitada em ficar somente no jornalismo mesmo, sendo reconhecida como uma grande escritora que prendia a atenção de seus seguidores em apenas poucos caracteres em suas colunas semanais no jornal.
Faça um livro senhorita Ágata!
Era o que sua chefe Priscila começava a lhe insistir toda à vez que ela lia alguma crônica de sua funcionária predileta. Mas Ágata se mantinha fiel a seus leitores mais curtos no jornal, pesquisando com muito afinco o que estava acontecendo no mundo, para que a leitura fosse breve e ao mesmo tempo muito informativa e filosófica também.
Pois Ágata gostava que os seus leitores refletissem por conta própria, sobre diversos assuntos, os levando-os a se sentirem parte de uma sociedade pensante e não apenas membros assíduos de redes sociais que pouco lhes informavam e só entretiam em momentos solitários e tristes.
Escrever era libertar-se e libertar-se era escrever, pensava Ágata. Porém, ela amava ser lida e discutida em pubs e restaurantes ao redor do mundo como se fosse uma política que fazia movimentações sindicais em torno da Europa, com aspirações mais elevadas sobre o que cada ser humano era capaz de fazer em sua vida, para que conseguisse mudar sua realidade através de sonhos literários.