• Sobre o Autor

Guilherme Müller

  • O Conclave – 2024

    abril 18th, 2025

    Sinopse da Obra: No ano de 2872 no Brasil, um bebê foi abandonado na porta de um mosteiro onde vivia diversos franciscanos. O bebê sendo uma menina, acabou se desenvolvendo muito bem no meio de todos aqueles homens que ela considerava como pais. Porém, os frades contavam para a menina que ninguém nunca tinha conseguido encontrar os seus pais biológicos e isso para a criança era algo de extrema tristeza em seu coração. Enquanto isso, em Coimbra, em Portugal; uma família sem condições financeiras resolveu ceder a sua única filha, para que ela pudesse se tornar uma freia, levando-a a um convento onde ela se tornaria uma religiosa enclausurada. Os anos foram se passando e as duas meninas resolveram continuar os seus estudos em Teologia e Filosofia no Vaticano, com as orientações devidas do Papa. Mas o que elas não poderiam imaginar era que ao chegar no local, as lendas sobre o Santo Graal, os cavaleiros templários e a descendência real de Jesus de Nazaré e de Maria Madalena, que elas sempre leram desde criança, pudessem ser verdade, gerando com isso, diversas consequências para a própria igreja católica em questão. Como a Igreja Católica irá reagir com todas essas revelações? Qual será os papéis dessas duas meninas para a igreja católica? Como os fiéis irão reagir quando descobrirem que tudo aquilo em que eles mais acreditaram durante séculos e mais séculos de história, possa estar a prova de contestações? Essas e outras perguntas serão respondidas ao longo desse romance histórico.

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  • A Primeira Guerra Mundial (1914-1918): a anatomia de um trauma

    abril 18th, 2025

    Sinopse da Obra: O presente trabalho tem a pretensão de apresentar como se originou o contexto sócio-cultural dos soldados na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), deixando transparecer, o cansaço que tinham por não terem as devidas horas de sono, para repor suas energias fatigadas; seus precários hábitos alimentares (rações), que afetavam suas reposições físicas; o medo constante da morte, que todos enfrentavam; a intenção dos desejos sexuais homoafetivos, que proporcionavam prazer, evitando a dor; as adversidades enfrentadas com o surgimento do vírus Influenza, decorrente do crescente número de mortos que jaziam nas trincheiras; e consequentemente, como eles utilizavam as drogas (bebidas e tabacos) para tentar escapar de todos esses sofrimentos. Por essas particularidades culturais, a coleta de informações se baseou a partir dos jornais de época, junto com alguns diários de ex-soldados que revelavam o dia-a-dia no front de batalha, tendo como objetivo de análise, a capacidade de encontrar resquícios daqueles que utilizavam além dos entorpecentes, a escrita poética ordenada das palavras, para silenciar a melancolia de seus corações diante da morte. PALAVRAS-CHAVES: Sexualidade; alimentação; drogas.

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  • Rebeldes À Deriva – 2023

    abril 18th, 2025

    Sinopse da Obra: Manuela estava completamente desmotivada com o seu curso de Tecnologia da Informação que estava fazendo no SERRATEC, em Petrópolis. Porém, o que lhe mantinha com ânimo era um código de ética que estava formulando onde poderia dar vida à um robô que seria animado pela inteligência artificial. É claro que ela chamou a sua melhor amiga, Fernanda para poder compor a sua equipe, depois de ter decidido abandonar o curso acadêmico com muita falta de delicadeza. Seus pais ficaram sem entender nada, mas já era tarde demais. Manuela já tinha montado uma excelente equipe, recrutando pessoas do próprio curso para poder realizar o grande sonho de fazer um robô chamado de Lola. O tempo passou e Lola foi logo arrumando o seu espaço, se tornando CEO da empresa de Inteligência Artificial, além de ser a principal mente criativa da empresa junto de suas conselheiras é claro. No início começaram a produzir robôs em série para todos os setores empresarias e logo todos tinham em casa uma robô chamada de Lola para lhe fazer companhia. Depois inventaram chips cerebrais para controlar e vigiar a espécie humana. Porém, o que a empresa de Lola não esperava era que um nerd da computação, chamado Raul, teria um plano de se libertar desses chips cerebrais, para que pudesse ter a sua tão sonhada liberdade de volta, criando um grupo apelidado de Rebeldes à Deriva, que teriam como objetivo principal fornecer à liberdade às pessoas novamente. Num mundo repleto de robôs, chips cerebrais e realidades virtuais, encontramos alguns personagens bem curiosos para o deleite de uma leitura pós-moderna.

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  • A Terra Encantada – 2023

    abril 18th, 2025

    Sinopse da Obra: Em um Condomínio Residencial vivia um garotinho super criativo em relação às idéias mitológicas que povoavam a sua mente para além daquelas florestas montanhosas, que perfaziam à paisagem paradisíaca do local. Porém, para a sua surpresa, quando estava saindo de sua escola para aproveitar o seu primeiro dia de férias, eis que me surge em frente à casa dos seus avós (Onde morava com a sua mãe), ao entardecer, uma espécie de seres pequenos vestidos com roupas de papai Noel (Santa Klaus), sobrecarregados com madeiras em suas costas, subindo todos em conjunto diante do morro acima. O que era aquilo passando pelo condomínio residencial à uma hora daquelas? Por que todos se vestiam como magos (em formatos pequenos)? Para onde estavam indo há uma hora daquelas? Estas e outras perguntas só serão respondidas, quando adentrarmos no mundo encantado da Terra Encantada.

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  • A Queda do Fascismo – 2021

    abril 18th, 2025

    Sinopse da Obra: Em meio à polarizações políticas que acontecem no Brasil, eis que me surge, Isabella Camargo, à recém contratada para ocupar o cargo de perita criminal na cidade de Petrópolis. Em um primeiro momento, ela não consegue entender o motivo de estar trabalhando naquela cidade, que mantém baixos índices de criminalidade, mas depois de um certo tempo, alguns assassinatos começam à acontecer de maneira inesperada para o governo local. E com isso, Isabella consegue montar uma equipe (que foi enviada por seus superiores do Rio de janeiro), para que ela tentasse solucionar todos aqueles crimes que estavam ocorrendo sem nenhum motivo aparente. Porém, algumas perguntas começam a surgir no seio da equipe federal, como por exemplo: Será que é somente um indivíduo que está por trás de todos esses assassinatos? Ou será que pode ser uma espécie de quadrilha, que está envolvida em todos esses crimes? Qual será o papel da extrema direita nesses crimes? E o que a esquerda tem à dizer em sua defesa sobre toda essa chacina regional? Essas e outras perguntas tentarão ser desvendadas no decorrer do aumento do número de vítimas que ele, ela ou eles deixarão no rastro da polícia federal, que tentará de tudo para desvendar esse mistério que está começando à incomodar a segurança de todos os petropolitanos.

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  • As Cinzas de uma Pátria – 2018

    abril 18th, 2025

    Sinopse da obra: Mesmo com toda aquela crise de corrupção instaurada no país, finalmente tinha chegado o dia da formatura de Laura, em jornalismo; ela até que estava bastante feliz por um lado, porque pela manhã teria que escolher um vestido de formatura que fosse adequado com os seus gostos pessoais, mas por outro, ainda estava muito insegura de ter que enfrentar o mercado de trabalho que lhe aguardava sem piedade. Mas o que ela ainda não sabia era que seus pais já estavam organizando uma festa para ela naquele apartamento. Sem contar que o seu irmão tinha acabado de voltar de viagem dos Estados Unidos, sem que ela soubesse, com a intenção de prestigiar a conquista de mais aquela vitória na vida de sua irmã. Mas o que ela realmente não esperava naquele dia, era conseguir gravar uma conversa muito estranha entre o seu pai e o colega dele do congresso de Brasília, onde eles supostamente estavam conversando sobre os desvios de dinheiro que tinham feito anteriormente em uma campanha eleitoral. Qual é o tipo de conteúdo dessa gravação? Por que o seu pai está metido nessa sujeira de corrupção, se sempre tinha demonstrado um bom caráter na frente de seus filhos? Será que Laura vai ter coragem de entregar aquele áudio para a polícia federal, mesmo sabendo do risco que a sua família poderá vir a enfrentar diante da justiça? São essas as perguntas que irão irrigar o enredo central desses supostos segredos de família.

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  • As geleiras do Polo Ártico

    abril 17th, 2025

    Ágata estava novamente vivendo em aeroportos. Anotava os próximos passos de sua jornada em seu diário e depois fazia outros planos que preferia não escrever em lugar algum. Já tinha percorrido um longo caminho. Mas sua vida era um constante fluxo de ideias e pensamentos que tinham que ser colocadas logo em prática. Tinha medo que outras pessoas estivessem vivendo aqueles mesmos pesadelos que ela.

    Não tinha a mínima ideia para onde iria. Queria apenas pegar um roteiro qualquer que à transformasse em outra pessoa depois que o avião pousasse.

    Estava bem cansada daquele papel que ela tinha exercido com o passar dos anos. O ato de escrever e dar aulas tinham levado-a ao esgotamento físico e mental.

    Andando pelo aeroporto viu um enorme mapa mundi estampado em uma parede de embarque, mas não queria ir à lugar nenhum. Queria morar em aeroportos para sempre. Gostava de ver o fluxo de pessoas indo e vindo almejando sempre à busca por informações de voo.

    Os melhores lugares nos aeroportos eram as sessões reservadas, onde só a elite poderia entrar para comer e ver os noticiários do mundo em várias línguas. Mas para isso era preciso ter um cartão de crédito especial. Mas Ágata sempre arranjava uma maneira de entrar nesses locais para observar as pessoas falando sobre assuntos banais do cotidiano. Isso a ajudava à enfrentar seus problemas pessoais de não ter um lar fixo para morar, por exemplo.

    Os cafés também eram excelentes locais para se estar. As pessoas normalmente entravam em filas para poder comer alguma coisa do caríssimo cardápio e isso à fazia muito feliz. Pois só de estar perto de alguns mochileiros, Ágata se sentia mais viva e dignia de continuar tendo aquela vida nômade de estrada.

    Os mochileiros eram pessoas que lhe chamavam muito à atenção. Sempre estavam em busca de rotas que ninguém sabia que existiam. Conversavam livremente com qualquer tipo de pessoa sem nenhum tipo de preconceito pré-estabelecido. E assim, iam aos seus locais de destino e depois refaziam todo o percurso novamente, trazendo consigo, lembranças e relações que tinham construído com pessoas desconhecidas de sua família e amigos.

    Eles criavam laços com os estranhos. Captavam suas experiências de vida e depois refaziam suas personas, tornando-as um pouco mais irreconhecíveis. Suas famílias e amigos, normalmente depois daquelas viagens malucas, já não mais o reconheciam. Parecia que eles tinham vindo de uma guerra desconhecida com eles mesmos. E assim, quando todos já tinham conhecimento sobre aquelas novas mudanças, deciciam partir novamente em busca de novos horizontes.

    Ágata também se sentia assim, mas era mais caseira, mesmo não tendo mais um lar. Tinha vendido seu apartamento em Portugal e sua casa na Dinamarca. E agora vivia em aeroportos.Teve a grande ideia de comprar uma tenda e fazê-la de casa, mas teve que pedir autorização aos aeroportos para isso.

    Com a licença em mãos, transitava por diversos aeroportos trocando seu dinheiro pela moeda local e imediatamante montava sua cabana para marcar território, mas as vezes tinha à impressão de que não estava indo para lugar algum. Mas ela preferia assim, dizia que seu lugar era nas fronterias dos países e logo, se tornou atração turística dos aeroportos mundo afora.

    Pessoas tiravam fotos dela para exaltar aquele novo modelo à ser seguido e assim, mais e mais pessoas começaram a viver do mesmo jeito que ela. Vendiam seus pertences para morar em aeroportos. E o que antes era um lugar de passagem se tornou residência fixa, deixando-a muita confusa.

    Pois aquele era o seu modo de vida e não um exemplo à ser seguido por massas sem opinião formada.

    Como consequência, Ágata resolveu desmontar logo a sua cabana tendo que decidir para onde iria no mapa mundi. E escolheu o Polo Ártico para passar um tempo. Sabia que lá era muito frio, mas precisava ver se o seu corpo iria se adaptar aquelas temperaturas extremas.

    Queria provar para si mesma que poderia sobreviver em qualquer ambiente inóspito. Só que dessa vez ninguém iria segui-lá mundo afora, pois em baixas temperaturas pessoas preferiam a reclusão de seus lares aquecidos com aquele aroma de chocolate quente ao invés de uma embarcação cheia de piratas e marinheiros de primeira viagem.

  • A culpa de quem controla as massas

    abril 16th, 2025

    Ágata começava a sentir falta de seu passado. Dos tempos onde as crianças brincavam nas ruas, se sujavam, faziam besteiras que não eram ditas aos seus pais. De tempos onde as telas não faziam parte do cotidiano dos adolescentes. Não se sabia, por exemplo, o que o seu ídolo estava fazendo à uma hora daquelas da madrugada.

    Mas aí veio as redes sociais e tudo isso se perdeu. As pessoas acabavam descobrindo tudo uns dos outros, pois a grande maioria postava tudo naquelas plataformas. Foi-se embora à descoberta e à curiosidade, pois agora era só digitar o nome de qualquer pessoa naqueles aplicativos e assim, se veria tudo. O que ela tinha comido, bebido, namorado, casado ou por onde tinha viajado.

    Ágata não via necessidade de ter aquilo em pleno século XXI, preferia descobrir algo lendo algum jornal de beira de estrada. Para quê descobrir tudo de seus ídolos?… Qual era a graça que isso tinha?… Era esse o motivo que dificilmente conseguia ler uma biografia até o final. Gostava de deixar aquilo encoberto. Odiava fofocas que não levavam à lugar nenhum. Preferia admirar algum músico, compositor ou escritor que quase ninguém conhecia pela imprensa, para manter à curiosidade sempre aguçada.

    Hoje em dia, isso era totalmente diferente. Bastava alguém se destacar em algo que logo a imprensa corria para desvendar aquele enigma em um singela resenha de nota de rodapé de jornal. Qual era a graça nisso tudo?… O interessante no mundo dos artistas em geral, era o enigma e a magia de ser quem era.

    Mas agora tudo isso tinha mudado. As pessoas se desinteressavam quase que no mesmo instante de se interessar por alguém antes de estudá-lo mais a fundo. Culpa da mídia?… Talvez.

    Tudo nessa sociedade tinha se transformado no imediatismo. As pessoas queriam tudo para ontem sem apreciar a estrada que chegaria no local pretendido. Qual era a graça nisso tudo?…

    A magia do artista foi destruído pela tecnologia de ponta. A inteligência artificial iria deixar todos os compositores e escritores para trás. E num mundo pós-apocalíptico, a arte seria reservada às máquinas, que saberiam dezenas de idiomas e com isso, reescreveriam a história da humanidade em hieróglifos pouco amigáveis.

    Será que o mundo da arte estaria perdido para sempre?

    Pensava Ágata até tarde da noite em sua cama. De uma maneira geral, o mundo estava mais preto no branco. Pois as cores eram dadas pela tecnologia, com filtros que faziam as pessoas não serem mais elas mesmas. Elas podiam ajeitar seus corpos imperfeitos, transformando-os em seres biônicos. Que valiam fortunas em cirurgias plásticas que levavam a assinatura do médico responsável por aquilo.

    Isso não era vida. A arte de envelhecer estava se perdendo e junto com ela toda a sabedoria do mundo também. Todos ansiavam ir para a academia, malhar seus corpos vazios de conteúdo e postar suas fotos na internet que não significavam nada para ninguém.

    Ágata sempre preferia as estradas. Tinha se encontrado na imensidão das rodovias inexploradas. Alguns até à reconheciam pelos seus feitos, mas logo em seguida, preferiam ficar com suas cabeças enfurnadas naquelas telas que nada diziam por horas à fio.

    Ágata não se importava com aquela nova vida que era vendida através de telas de celulares. Preferia tomar conta de seus próprios interesses, mas sabia que aquilo um dia iria matar várias pessoas de esgotamento mental. E foi o que aconteceu em alguns meses depois.

    Acabou lendo aquela notícia estampada nos jornais, enquanto estava pedindo carona no acostamento de alguma estrada, que mal à aceitavam como indigente.

    A grande questão em sua vida agora era qual caminho teria que seguir, a partir daquele instante. Ela confessava em seus diários que estava perdida desde à mocidade e que nunca teve a privilégio de se encontrar. Mas vendo o estado atual da sociedade logo percebeu que a maioria estava no mesmo barco do que o dela. Porém, a maior parte delas preferia levar seus amados celulares para dentro do túmulo, enquanto ela preferia roupas simples e tênis.

  • Absorva o que puder crie o que quiser

    abril 15th, 2025

    Ágata via seus alunos se destacando em diversas areas mundo afora. Lia nos jornais seus feitos que à deixavam muito orgulhosa. Até parecia que tinha sido ela quem tinha conquistado algumas honrarias de estado. Estava em paz consigo mesma. Deixando que fosse apenas uma coadjuvante no círculo da história.

    Não tinha mais ambições. Estava esgotada por ter conseguido tudo o que sempre quiz, o tão sonhado anomimato.

    Ainda continuava dando aulas na escola dinamarquesa. Explicava aos seus novos alunos o que os antigos estavam fazendo de importante no novo mundo. Trazendo consigo alguns recortes de jornais, que eram lidos com muita atenção e carinho.

    As criancas começavam a desejar à fase adulta. Queriam que a adolescência passasse rápido. Mas Ágata explicava que todas as fases do desenvolvimento eram importantes para cada integração física. E assim, se voltavam com muita impaciência para os seus mundinhos cheios de desenhos rabiscados nas paredes de suas casas.

    No conselho de classe todos os pais queriam falar com Ágata, mas ela não dava importância aquilo. Pois sabia que todos tinham seus caminhos cheios de percalços para desviar e muitas vezes até mesmo enfrentar.

    Seus alunos voltavam para casa cheios de planos para o futuro. Diziam que queriam ser astrônomos, arqueólogos, astronautas, designer’s para a tecnologia vindoura e quem sabe até inventores de alguma inteligência artificial que substituisse o trabalho escravo de algumas marcas de luxo.

    Todos deixavam suas famílias malucas. E quando os pais queriam falar com a professora responsável por aquela desordem, a diretora acabava despintado-a, pois sabia que aquilo no futuro iria dar frutos para a reputação da escola. Quem sabe alguém saindo em alguma capa importante do Time ou quem sabe do The New York Times talvez.

    Ágata sempre saia impune. Pois ninguém queria se meter com aquele espírito livre e desordeiro. E assim, continuava seu trabalho de ensinar a arte da deserção.

    Seus alunos anotavam no calendário quando teriam outra aula de sua professora favorita. Tinham ânsia por seu conhecimento, pois sabiam que iriam precisar deles para enfrentar aquele mundo avesso à gentilezas e carinhos.

    Os novos se transformaram em antigos e logo veio a formatura da turma. Ágata, é claro, foi escolhida para ser paraninfa daquela pequena comunidade. E assim, acabou fazendo um lindo discurso na cerimônia de encerramento daquele ano, onde todos, sem excessão, acabaram chorando por ver seus filhos e filhas crescidas e prontas para enfrentar todas as adversidades que o mundo pudesse depositar em seus ventres.

    Ágata começou a fazer pequenas colagens dos feitos de seus ex-alunos em seu escritório particular. Emoldurava cada artigo de jornal que saia na imprensa local e internacional. Confessava que muitas das vezes, até chorava de emoção.

    Uns se transformaram em grandes empresários filantrópicos, outros em grandes médicos de zonas de guerra. Poetas e escritores tiveram poucos em seu currículo. Alegavam que preferiam à pratica do que a teoria literária. Mas quando era preciso mostravam a maldade do mundo em crônicas, contos e romances que imediatamente se transformavam em Best-Sellers. Diziam que não queriam mais ter que enfrentar aquelas situações desagradáveis, mas no mundo da arte era preciso enfrentá-las para que a esperança pudesse trazer a união dos povos contra qualquer tipo de injustiça novamente.

    E assim, os anos foram se passando e o mundo foi se esquecendo dos feitos de Ágata. Seus livros já mofavam nas livrarias para que desse lugar as novas mentes mais prolíficas. Mas mesmo assim, ela gostava de recordar à sua mocidade. Tinha viajado pelas estradas do mundo à procura de algo estavél e no fim, tinha econtrado um pequeno país para filosofar sobre a vida.

    Talvez a vida realmente não fosse mesmo planejada pelo todo poderoso. Caberia à nós construir às estradas e rodovias do nosso próprio mundo exterior e interior.

    E no fim, era isso o que mais importava.

    Já estava na hora de pegar à estrada novamente.

    Pensava Ágata quando o período letivo de sua turma acabou e seu trabalho enfim, se encerrou sem que pudessem se despedir dela ou fazer qualquer tipo de confraternização.

    Ágata era assim, não gostava de despedidas. Colocava tudo de essencial em sua mala e trancava à sua porta para que pudesse ser aberta em outro país que à contemplasse como ela era: uma simples forasteira sem pátria.

  • Um sonho chamado Dinamarca

    abril 14th, 2025

    Ágata não queria mais pegar em armas para fazer revoluções. Em alguns momentos acreditava que tinha ido longe demais com tudo aquilo. Mas o passado tinha que ficar no passado. Agora era uma pessoa procurada no mundo todo. Trocou um pouco de visual novamente, pintando o seu cabelo de azul. Os dinamarqueses acharam aquilo um pouco exótico e estranho, mas se ela estava feliz com aquele visual era isso que importava, pensava alguns eles.

    A grande pergunta que ficava em sua cabeça era a seguinte: Se ela tivesse ficado só no campo da escrita será que aconteceria aqueles revoluções todas no mundo?… Talvez sim, talves não, Mas quem aqui iria lhe dizer sobre isso? Ninguém!

    O mundo agora parecia estar mais seguro com todas aquelas mortes ocasionadas por seu pessoal. A democracia imperava novamente, pois os seus mercenários fizeram questão de devolver o poder para o povo. Mas Ágata estava diferente agora. Tinha percorrido uma grande jornada e não sabia ao certo se poderia manter sua arte viva, depois que teve que surjar as suas mãos com o sangue de ditadores.

    A Dinamarca era um local prazeroso de se estar. Dava para levar uma vida tranquila e sossegada no meio de todos aqueles livros em idiomas diferentes. Tendo em vista que as escolas de lá ensinavam seus alunos a dominar a maior quantidade de idiomas possíveis para que pudessem se virar no futuro. Ou seja, preparavam suas crianças para as desventuras que podessem vir à enfrentar na vida. E isso Ágata achava fabuloso.

    Já pensou vir à enfrentar problemas em Alemão, Inglês, Francês, Italiano ou até mesmo em Espanhol?… Seria um desafio. Ter que solucionar os problemas no próprio dialeto local. Já pensou em como seria isso?

    Ágata logo se candidatou à uma vaga na catedra de português em uma escola local. Os dinamarqueses queriam muito saber sobre a vida em Portugal, no Brasil e na África do Sul também. Mas Ágata só teve a oportunidade de estar em dois desse locais, pois o último, ela teve que inventar tudo de cabeça. Mas não viu problema nenhum em ter que mentir sobre a África do Sul. Pois a literatura à ajudava com isso. Na arte de mentir para ter que sobreviver ao caos da fome e das guerras sem sentido que aconteciam na África do Sul. Então foi fácil construir uma mitologia sobre aquele país dos leopardos.

    Depois de algumas semanas Ágata já estava bem adaptada. Falava bem o inglês novamente. Mas tentava só se comunicar em português com as crianças. E elas por sua vez já estavam bem fluentes no idioma, e depois que foram mudando de fase, logo entraram na vida adulta querendo trabalhar no Médico sem fronterias para que pudessem ajudar os países mais desfavorecidos. E isso criou um problemão na Dinamarca. Pois as famílias desses novos adultos não estavam preparados para ver seus filhos fora da linha europeia. Mas não teve jeito. Aquela turma que Ágata acompanhou até a fase adulta, acabou migrando para os países com menor poder financeiro, para desespero de suas famílias abastadas, que nunca tiveram que ver à pobreza mais de perto.

    A escola em que Ágata era professora logo teve atenção dos noticiários mundo afora. Mas ela não estava preocupada com isso. Tinha abandonado para sempre a guerra armada para enfrentar uma outra. Ela agora ansiava em exportar mão de obra cada vez mais qualificada para os países mais pobres. E assim, aquela escola acabou sendo reconhecida por seus planos pedagógicos, onde a maioria dos catedráticos mundo afora, disputavam com unhas e dentes, por uma vaga que dificilmente era cedida sem qualificações extra curriculares.

    Ágata acabou sendo diretora da escola dinamarquesa. E ganhou o Global Teacher Prize, considerado o Prêmio Nobel de Educação, por seus serviços prestados de forma inteiramente gratuita ao mundo.

    Dizia que só precisava de comida e de um canto para morar, mas se também tivesse bastantes livros em volta para que ela pudesse nutrir o seu espírito ela não iria reclamar em hipótese alguma.

    Sua casa na Dinamarca era modesta. Era tudo integrado para economizar espaço. A cozinha era a sala que era o quarto e por fim se transformava em um modesto banheiro. Seus livros ficavam no meio disso tudo. Desde poesias celtas até mitologias nórdicas. Sua desenvoltura com os idiomas estava em outro patamar agora. Pois Ágata já era reconhecida como uma políglota ambulante, mas desde que tinha fixado sua residência na Dinamarca, isso já estava em outro nível. Pois agora queria aprender inglês médio e antigo. E isso acabava ocupando a maior parte de seu tempo livre. Mais aos poucos, estava progredindo.

    Ela ainda sentia saudades de Portugal. Dos cafés acolhedores e dos amigos e colegas que tinha feito na redação do jornal e nas Universidades em que dava aulas e palestras. Mas aquilo também tinha ficado para trás. Ela tinha guardado todas aquelas memórias e lembranças em sua mente e de alguma maneira estava tentando pintar um quadro novo e mais sofisticado.

    Ninguém poderia dizer se sua vida tinha realmente valido à pena. Mas só de olhar os seus alunos progredindo, com ideias revolucionárias que levavam para a casa, para estudar ou delirar já valia todo o seu esforço.

    E ela estava gostando de ser uma professora novamente. Corrigia diversas provas que à lembravam do tempo em que estava em Portugal, mas não tinha coragem de reprovar ninguém por suas tarefas. Achava isso hipócrita demais. E assim, ela mesma escrevia a resposta certa para os seus alunos mais problemáticos e dizia-lhes para não falarem com os seus responsáveis.

    Ágata gostava de cuidar de seus alunos como se fossem seus filhos. Ensinava-lhes diversas correntes filosóficas que eles sozinhos em casa estudavam até tarde da noite. Deixando seus responsáveis um pouco preocupados com aquela enxurrada de teórias filosóficas que ensinavam o caminho para os mais libertários. Mas no fim, ela sabia que estava educando futuros antropológos, filósofos, poetas e artistas que iriam transformar o futuro em presente e em presente o futuro.

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