• Sobre o Autor

Guilherme Müller

  • Compartilhando as riquezas no Reino de Dakar

    junho 28th, 2025

    Alexandra estava muito preocupada com a pobreza em Dakar. Pois seus pais enquanto estavam governando o Reino, tinham colocado altos impostos para o povo pagar em troca deles ficarem cultivando os seus alimentos nos vastos terrenos da coroa. Vindo a observar aquele problema, Alexandra mudou a constituição de seu país e decretou que a partir de seu reinado, seu povo não precisaria mais pagar impostos para que pudessem usufruir de suas terras.

    Como consequência, o seu povo celebrou aquele dia histórico com uma festa enorme onde a família real participou, apertando a mão daqueles que se aproximavam para tocar nas vestes daqueles que tinham as bençãos dos Deuses para governar. O povo acreditava que a família real tinha poderes divinos e as pessoas acabavam se amontoando entre aquelas aglomerações para que pudessem tocar em suas vestes que uns diziam terem poderes milagrosos.

    Depois que o povo se viu livre da cobrança de impostos que o antigo rei empunhou, o Reinado de Dakar passou a produzir mais e mais e logo veio a exportação de seus produtos para os mais diversos países do globo. Assim, Alexandra teve que comprar muitos navios para dar conta de toda aquela exportação. Seus pais iam contra aquilo tudo, alegando sempre que mais cedo ou mais tarde, sua família iria ficar sem dinheiro em caixa para se manter pelas gerações vindouras. Mas a Rainha Alexandra I não ligava para aquilo, pois como resposta ela dizia que uma governanta tinha que governar para o povo.

    Passados alguns meses apenas, o Reinado de Dakar passou a ser o principal exportador do mundo. E como consequência, a Família Real de Dakar acabou recebendo quantias de dinheiro que dava para sustentar dinastias inteiras por séculos a fio.

    E claro que a Rainha Alexandra I não pensou duas vezes e resolveu disponibilizar parte de seus lucros com o seu amado povo. Que recebeu aquela gratificação com muito entusiasmo.

    Os pais da rainha não entenderam aquela atitude de sua filha e tentaram logo destitui-la do cargo de rainha de Dakar. Mas o povo fez diversos protestos em praça pública e assim, os antigos monarcas tiveram que deixar o palácio real da família para que pudessem se exilar em um outro país.

    Alexandra nas primeiras semanas sentiu muita falta de sua única família mais ela tinha que continuar com o seu trabalho de rainha, se quisesse que Dakar continuasse prosperando. Ela até tentou intervir naquela mosntruosa manifestação política, mas no fim, sua família teve que ser exilada.

    Depois de um certo tempo, Alexandra compreendeu que aquilo tinha que ser feito, pois quanto mais pessoas reais estivessem perto dela, mais dinheiro ela precisaria para mantê-los por perto.

    Com a atual administração real, uma nova dinastia estava se criando a partir da linhagem de sua Alteza Real, e assim, o povo pedia em diversos comícios pelo país de Dakar, que a Rainha Alexandra I, precisaria se casar o quanto antes, caso ela quisesse dar continuidade aquela linhagem que tinha proporcionado tantas alegrias ao seu povo. E assim, Alexandra conheceu o Rei Mohamed de Mali e se apaixonou perdidamente por ele.

  • Alexandra I: O reino de Dakar

    junho 27th, 2025

    Alexandra tinha se preparado desde criança para assumir o reino de Dakar. Seu pai, Francisco I e sua mãe Catarina, tinham deixado tudo planejado para quando sua única filha completasse à maioridade. Ela tinha os melhores professores do mundo e desde criança já era considerada uma poliglota ambulante. Falava inglês pela manhã, espanhol à tarde, à noite discursava em Francês e sempre xingava em português. Mas como era de costume, seus pais preferiam educa-la na língua portuguesa para manter os hábitos da corte da família.

    Suas amigas da corte ficavam sempre muito impressionadas com a sua desenvoltura em querer aprender sempre mais e mais; e quase nunca ligava para os garotos que à rodeavam nos almoços reais. Dizia que era assexual e assim, suas amigas entendiam perfeitamente que ela não nutria nenhuma atração carnal por outra pessoa.

    Seus pais achavam aquele comportamento muito estranho, pois eles já sofriam uma pressão da corte para que a sua única filha escolhesse logo seu ou sua pretendente, para que assim, pudessem logo se casar e assim, virar a nova Rainha do Reino. Mas Alexandra insistia em ficar solteira, ocasionando com isso, sua anscenção direta à coroa, tendo em vista, que a corte, o parlamento e a primeira ministra não podiam mais esperar pela escolha tão difícil da imperatriz.

    Alexandra foi coroada em uma igreja simples pelo Papa. A imprensa fez toda a cobertura e sua foto com a coroa do império, foi parar em todas as capas de jornais pelo mundo afora. O povo adorou a celebração, pois era a primeira vez que uma rainha não estava acompanhada com laços matrimonais. E assim, ela saiu da igreja como Alexandra I de Dakar.

    Sua casa era simples e sem qualquer tipo de luxo, pois preferia ser louvada e admirada por sua coleção particular de livros em sua biblioteca, que sempre consultava com muita adoração. As vezes dava sorte e pegava um livro que gostava tanto, que acabava relendo-o inúmeras vezes, alegando que aquilo lhe fazia muito bem ao seu estado de espírito de governanta.

    Todos que coversavam com ela diziam que ela era muito inteligente e compreensível e gostava de dar sempre muita atenção ao seu povo. Pois sempre estava disposta a ajudá-los em qualquer coisa. Desde plantar alguma espécie rara nos jardins reais até dar aulas de graça para alguns povoados que careciam de professores dispostos à enfrentar algumas imtempéries até chegar naqueles locais de difícil acesso. Sabendo da precariedade daqueles lugares, resolveu logo construir barcos que pudessem levar os professores até lá. Mas depois de prontos, quase nenhum professor se abilitou a dar aulas nos povoados mais afastados do reino. Sendo assim, Alexandra I se prontificou a contruir pontes, estradas e ferrovias que davam acesso direto aos povoados. Transformando-os em novos celeiros da educação contemporânea. Pois com isso, o Reino de Dakar passou a se desenvolver muito atraindo professores das regiões mais remotas do mundo que queriam dar aulas para aquelas crianças que tinham fome de educação.

  • O ódio a miscigenação das raças

    junho 15th, 2025

    Ágata ficou simplesmente aterrorizada com os casos de xenofobia que estavam acontecendo em Portugal. Pois com a chegada da extrema direita no país, os portugueses mais conservadores acabavam queimando moradias onde viviam os imigrantes, gerando um verdadeiro caos para a sociedade portuguesa que começava a sentir toda a sua instabilidade diante daqueles pensamentos preconceituosos.

    Os imigrantes não conseguiam mais andar pelas ruas com tranquilidade. Pois muitos portugueses cuspiam neles e diziam muitas palavras que não é aconselhável dizer por aqui. Até mesmo aqueles que tinham conseguido a tão almejada nacionalidade portuguesa, com o passaporte português e tudo eram interrogados nas alfândegas dos aeroportos pois a polícia portuguesa logo descobria pela escuta aqueles diversos sotaques que vinham do Brasil.

    Ágata também passou a ser hostilizada nas ruas em que caminhava. As portuguesas lhe diziam para ela voltar para o Brasil o quanto antes, pois o seu sangue estava corrompendo a linhagem européia. Ágata ria muito com aquilo, pois ela sabia que se todos os imigrantes fossem embora daquela terra tão querida a economia do país ia se estagnar novamente, gerando assim, altos índices de velhice novamente.

    Ou seja, o que fazia a economia do país funcionar era os altos índices de turismo e empregabilidade estrangeira. Então, Ágata sabia que os próprios governantes portugueses estavam encurralados, pois eles tinham que abrir o mercado para uma faixa etária que fosse muito mais nova para que assim, o país voltasse a crescer novamente, sem que dependesse somente dos aposentados que não faziam a economia girar como os mais jovens faziam, indo aos cinemas, comprando livros e respirando o ambiente cultural dos museus também.

    Muitas manifestações ocorreram no país apoiando os discursos de ódio contra os imigrantes, mas Ágata preferiu não dar importância sobre aquilo. Pois o seu grupo estava empenhado em lutar contra isso, fazendo a mesma coisa. Indo para as ruas e gritando à plenos pulmões que os imigrantes iriam permanecer no país nem que fosse à força. O que acabou gerando uma onda de repressão muito grande vindo da polícia portuguesa. Mas mesmo assim, Ágata e seu grupo de intelectuais e artistas começaram a esconder muitos imigrantes em suas casas, alegando que qualquer pessoa poderia ir e vir de qualquer país que sentisse vontade de estar e trabalhar.

    E assim, começou um antigo tempo onde o Salazar começou a ganhar vida novamente no coração de alguns portugueses xenófobos que acreditavam ser de uma linhagem européia mais pura do que aqueles que atrevessavam os ares e mares em busca de uma nova vida que era simplesmente negada em suas terras cheias de guerras e corrupção.

    Não demorou muito até que os policias portugueses começaram a entrar nas casas das pessoas à procura de algum imigrante que poderia estar se escondendo das autoridades. Mas ninguém nunca os encontrou pois o partidos comunistas portugueses estavam financiando-os. Davam casa e trabalho. E até mesmo os padres começaram a escondê-los em suas próprias igrejas também, oferecendo a mesma dignidade.

    Ainda demorou um tempo até que a extrema direita fosse vencida nas eleições regulares em Portugal. Pois o povo foi se conscientizando aos poucos de que precisava da miscigenação das raças, se quisessem sobreviver a era da contemporaneidade, onde a terra era de todos e o mundo era de poucos.

  • As potências mundiais não se importam com guerras regionais

    junho 13th, 2025

    Naquela manhã fria em Portugal, Ágata leu no jornal que o Irã atacou Israel com mísseis, deixando pelo menos 40 feridos. E por coincidência, também era o dia do aniversário do escritor português Fernando Pessoa. Mas ninguém teve a coragem de comemorar aquela data tão especial para Lisboa. Porque o mundo estava sendo destruído aos poucos.

    A guerras não tinham prazo para ter fim. Ou o ataque se rendia ou a defesa vencia. O mundo não se importava com aquilo. Pois os políticos e governantes só sabiam fazer reuniões com chefes de estado protestando ou ficando de um lado da guerra, como se aquilo fosse trazer o seu fim em segundos. Mas o caso não era esse. Pois na sociedade contemporânea, nenhum país se importava com o bem estar do outro. Muito pelo contrário. No máximo que víamos nas redes sociais era alguma postagem dizendo que um político era contra o estado de guerra que seu colega de ofício estava fazendo, mas você não via ninguém querendo resolver a solução de maneira definitiva. E sim, víamos a união européia ajudando a Ucrânia com armamentos pesados para se defender da potência da Rússia, enquanto que o governante Russo se divertia em aniquilar um país mais fraco sem que os ucranianos tivessem um número suficiente de soldados para atacar e se defender.

    A função de um político na era moderna, era subir em palanques e dizer coisas que a população gostaria de ouvir para solucionar problemas sociais, como por exemplo, a desigualdade social e nada mais. Já em caso de sítio de guerra, víamos que a sociedade internacional não tinha nada à contribuir também. Pois todos ficavam somente nas palavras com medo de que pudessem vir à enfrentar uma 3° Guerra Mundial. E logo, preferiam apoiar um país mas sem que fosse preciso contribuir com a sua força militar para defendê-lo.

    E assim, se dava a era da contemporaneidade. Tínhamos duas grandes guerras acontecendendo paralelamente. Uma entre Israel e a Palestina e a outra entre a Rússia e a Ucrânia. Mais ninguém queria realmente contribuir com a força de seus exércitos sedentos por ação. Pois preferiam profetizar diante de seus palanques palavras que de nada serviam para a Paz.

    Já Imaginou se a guerra fosse na Europa ou nos Estados Unidos?

    Aí teríamos a tão aguardada 3° Guerra Mundial, pois as potências do mundo estariam nela. Mas como essas guerras acontecem em países mais fracos e com poder economicamente inferior aos das famosas potências do mundo, então era o mesmo que dizer que não era problema de ninguém.

    De que adianta enviar milhares de armamentos e munições para a Palestina e para a Ucrânia, se esses países não tinham nem um número suficiente de soldados para enfrentar uma poderosa Rússia-Israel muito mais qualificados?

    É como deixar alguém para morrer sozinho, em um campo de guerra, com todo o equipamento necessário para sobreviver, enquanto você está sendo atacado por várias pessoas ao mesmo tempo. Nenhum país do mundo consegue sobreviver em estado de guerra, sem que outros países ajudem com a sua força também.

    De que adianta munições?

    O mundo precisa de uma proteção universal. Onde o país mais fraco teria o apoio militar daqueles países mais fortes. Gerando como consequências, retaliações econômicas graves para aqueles que se atrevessem a iniciar uma guerra com os mais fracos.

    Mas como sempre, muitos preferem fechar os seus olhos como se essas guerras não estivessem acontecendo. Da mesma maneira que muitos duvidavam, na 2° Guerra Mundial, que existissem realmente campos de concentração onde os alemães se encarregavam de matar raças ditas inferiores. Pois se me lembro bem, os Estados Unidos não queriam entrar naquela guerra. Mas daquela vez tínhamos Winston Churchill para nos salvar e renegociar novos termos para o mundo. Porém dessa vez, não vemos nenhum político do mesmo calibre, que compre a briga dos países mais fracos e faça questão de se sentar em uma mesa de negociações com Israel e Rússia para enfim, encerrar uma guerra sem fim.

    Donald Trump até tentou resolver o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia por sí. Ligando para o presidente russo Vladimir Putin, mas logo em seguida, houve reclamações do bloco europeu dizendo que se chegassem ao fim da guerra, teriam que estar na mesma mesa de negociações que eles também.

    Ou seja, no mundo de hoje, todos querem estar nos momentos centrais da história. Para receberem congratulações e elogios por serem quem nunca pensaram em ser. Estadistas que um dia salvaram a humanidade de uma completa destruição.

  • O voo para a morte

    junho 12th, 2025

    Ágata tinha visto no noticiário local a queda daquele avião na Índia, matando 290 pessoas, sendo que 7 eram portugueses que estavam indo trabalhar em Londres, na Inglaterra. Uma pessoa sobreviveu. Saiu caminhando pelas ruas preocupado com o seu irmão que estava sentado em outra fileira no avião.

    A imagem era muito impactante. O avião mal conseguiu levantar voo e não conseguiu a sustentação necessária para voar entre as nuvens indo em direção à um prédio local.

    Mas o que deixou Ágata impactada não foi aquele acidente e sim, aquele homem que saiu andando pelas ruas da Índia dizendo que estava naquele voo. Ele começou a mostrar a quem quisesse o seu cartão de embarque para comprovar que não era louco da cabeça. Todos acreditaram na versão do homem, pois ele estava todo sujo de sangue fresco.

    Como retomamos nossas vidas depois de um trauma como aquele?

    O que seria daquele homem que não conseguia em hipótese nenhuma encontrar o seu irmão com vida?

    Por que Deus tinha deixado somente um sobrevivente?

    Algumas perguntas não tinham respostas imediatas. Mas Ágata logo se prontificou a servir como voluntária para fazer a evacuação do local. Ela até conseguiu encontrar os corpos dos sete portugueses e com a ajuda da polícia indiana conseguiu identificá-los com testes tecnológicos. E assim, retornou para Portugal trazendo seus compatriotas em caixões com honras de estado.

    O difícil foi notificar a família dos envolvidos que fizeram enterros restritos sem que houvesse nenhuma intervenção da imprensa sensacionalista. Mas é claro, que o presidente de Portugal compareceu a todas as cerimônias reservadas e fez até discursos reafirmando que o sangue de todo o português pulsava em uma nação inteira que estava em completo luto, por apenas 7 dias, é claro.

    Os Estados Unidos investigaram a caixa preta do avião e descobriram que tanto o piloto como o co-piloto, disseram pelos seus rádios a tão temida palavra Mayday, minutos depois do início do voo, indicando que foi uma falha mecânica e não técnica.

    Depois de um certo tempo, a Índia acabou fazendo um monumento para honrar a vida daquelas pessoas. E muitos iam lá para colocar buquês de flores, principalmente quando tinha alguma recepção de outros governos de estado.

    Portugal veio a decretar sete dias de luto, mediante aquela catástrofe na Índia. Mas tivemos uma comoção geral em todo o País, pois nos cafés todos começaram a pensar que poderia ter acontecido com qualquer um. Pois a maioria dos portugueses tinham o hábito de sair do país para buscar melhores condições de vida em outros. E assim, de uma hora para outra ninguém mais passou a confiar em voos de avião e a empresas começaram a fazer propaganda em telejornais reafirmando o contrário.

    Os cruzeiros tiveram um aumento bem exponencial, e assim, as pessoas começaram a preferir cruzar o atlântico de navio ao invés de avião, dizendo que era melhor em termos sustentáveis e ecológicos também.

    Mas depois de um certo tempo, as pessoas simplesmente esqueceram aquele incidente na Índia e tudo voltou ao normal. As empresas de aviação voltaram a vender passagens aos montes enquanto que o fluxo nos aeroportos se estabilizou da mesma forma caótica de sempre.

    As notícias eram engraçadas… – pensava Ágata – No mesmo dia do incidente do avião na Índia, também era o dia em que Portugal assinava nos Mosteiro dos Jerónimos, o Tratado de Adesão as comunidades Européias, fazendo uma transformação profunda na economia e na sociedade portuguesa. Pois antes da adesão, o salário mínimo variava entre apenas 299 euros até no máximo 443 euros; e depois do pacto de sangue, passou a ser de 800 euros aproximadamente e escolaridade obrigatória de até os 18 anos de idade pelo menos.

    Mas ninguém se importava com isso, pois os imigrantes ainda estavam em terras lusas tirando o trabalho dos ditos portugueses mais puros. Enquanto os nascidos na terra do Cabral, optavam por ir viver em outros países que pagavam melhor, deixando assim, suas terras nas mãos daqueles que mereciam mais o título de cidadãos ilustres.

  • O Dia de Portugal, de Camões e das comunidades portuguesas

    junho 11th, 2025

    Aquele dia no calendário tinha sempre um novo gosto para Ágata. Ela tinha visto recentemente, uma escritora discursar diante do presidente da república portuguesa, enfatizando que não havia português mais puro que outro. Pois na raiz da formação daquele país, houve-se uma mistura de raças que era quase que impossível discernir quem era de origem totalmente européia daqueles que poderiam ser latinos ou até mesmo africanos.

    É claro que os políticos que eram considerados mais à extrema direita se contorceram em sua cadeiras diante daquela fala que era repercutida no momento em que os militares desfilavam em praça pública. Dava a entender que eles não queriam mais ouvir aquelas baboseiras que saiam da boca de uma pessoa possívelmente envolvida com o comunismo ou socialismo. Mas não teve jeito, pois o presidente português acabou dando voz para aquela escritora, que simplesmente devastou as opiniões fascistas que estavam adentrando a sociedade portuguesa como se uma raça pura pudesse se sentir no livre arbítrio, de governar aquele país que se miscigenou ao longo dos séculos, trazendo para a sua mão de obra os escravos que mal tinham direito por suas vidas e por seu trabalho.

    Ao final do discurso, a tal escritora foi aplaudida incessantemente por aquela multidão que esperava escutar aquelas palavras de consolo mediante a raiva que governava a maioria dos portugueses que simplesmente achavam que os imigrantes eram pessoas desprezíveis que queriam roubar suas oportunidades de trabalho. O que não era verdade! Pois o ódio aos imigrantes vinha de longe. Vinha dos avós que não gostavam dos negros e nem de gente que não comungava com a crença ao cristianismo e por aí ia.

    Ágata amou aquele discurso e assim, quando alguém era destratado em plena praça pública por ser um simples imigrante querendo melhores oportunidades em sua vida, o preconceito era logo colocado na cadeia com sentença marcada e tudo. E assim, as manifestações públicas faziam questão de mostrar o rosto do tal criminoso em plena assembleia constituinte.

    Como consequência, a família do criminoso também ficava conhecida em toda a aldeia por aqueles atos dignos de menosprezo. E assim, tinham que ser exilados em outros países para não serem mais reconhecidos em plena praça pública.

    A sociedade melhorou muito desde aquele discurso potente da tal escritora famosa diante daqueles parlamentares portugueses. O povo ficou com medo de expressar sua raiva diante daqueles imigrantes ilegais que passaram a ter mais direitos do que os próprios portugueses.

    O salário mínimo aumentou exponencialmente trazendo mais conforto para todos os envolvidos que não precisavam mais ir para a França para buscar melhores condições financeiras. E assim, alguns portugueses até voltaram do exterior com novos sonhos de refazerem suas vidas em suas próprias cidades natais.

    A economia cresceu e com mais instrução na educação, os portugueses passaram a respeitar outras culturas que estavam entranhadas nas peles de todos aqueles imigrantes que apareciam em aeroportos pensando que tinham encontrado finalmente à tão sonhada terra prometida. Mas que depois de alguns meses, em solo português, descobriam um gosto bem amargo em seus lábios que pediam mais aceitação e respeito por ser quem realmente eram. Apenas imigrantes que queriam trabalhar e construir novas vidas que foram negadas em suas pátrias corruptas de dignidade e bem estar social.

  • As diversas raças que formam um país

    junho 10th, 2025

    Eram tempos sombrios novamente. Por alguma razão, a extrema direita tinha tomado o poder em diversos países, inclusive em Portugal. Agora não era mais permitido a livre circulação das pessoas. As alfândegas dos aeroportos estavam com muita raiva em seus olhos. Perguntavam sobre tudo. De onde vinha, por quanto tempo pretendia ficar e se tinha vistos de trabalho ou residência. Caso não tivessem nenhum deles era imeditamante deportado sem pena nenhuma.

    Os imigrantes regularizados em Portugal tinham que imitar os sotaques regionais para passarem desapercebidos pelo crivo policial. Mas mesmo assim, viviam com o terrível medo por perto. Pois a qualquer momento poderiam ser deportados sem qualquer motivo aparente. As ruas foram ficando cada vez mais vazias e quase não se via mais aquele fluxo prazeroso de turistas falando abertamente suas línguas maternas. Porque agora o medo imperava.

    Ágata não conseguia mais identificar a origem das pessoas, pois agora os próprios imigrantes ilegais se passavam por outras pessoas, mentindo até sobre a sua história de vida para que assim, pudessem preservar suas vidas naquelas lugares históricos.

    Agora o lema era Portugal para os portugueses e isso era extremamente triste. Pois não se via mais o brilho no olhar daqueles que não eram dali. Poder visitar um lugar ou até mesmo morar nele era o lema dos viajantes sem teto e isso tinha sido tirado dos mochileiros e ciganos de plantão. O turismo foi quase que extinto, pois as pessoas ficavam com medo de transitar em aeroportos e de acabarem sendo maltratadas por autoridades que desconfiavam até de suas próprias sombras.

    Ágata assim acabou perdendo o encanto de passear pelo Porto e por Lisboa, lugares que antes, estavam repletos de culturas distintas que se misturavam com o comércio local elevando assim, os padrões europeus para sempre.

    Mas nem tudo estava perdido, pois diversos intelectuais se uniram mais um vez, para combater essa política extremista em seus respectivos países. E Ágata sabia da força que ela tinha para combater políticas retrogradas como aquelas. E assim, começou a escrever colunas em diversos jornais de Portugal, mostrando todas as atrocidades que os policias de plantão cometiam com pessoas estrangeiras. Onde muitas acabavam sendo deportadas no meio de seus expedientes de trabalho, sem qualquer garantia de seus direitos humanos de volta.

    Muitos chegavam em seus países como se fossem prisioneiros de guerra, com correntes nos pés e algemas nas mãos. Mesmo elas alegando que não tinham feito nada de errado nos países estrangeiros, pois muitos conseguiram comprovar nos tribunais internacionais, que estavam totalmente legalizados com os seus vistos.

    Como consequência daqueles atos antidemocráticos, os juízes decretaram que todos os estrangeiros passassem a ter cidadania portuguesa, para que assim, não recebessem uma alta indenização em euros pelo erro cometido.

    Os estrangeiros não tiveram escolha. Optaram pelo acordo, pois sabiam que agora, com o cartão cidadão em mãos, poderiam circular por muitos mais países que antes. Mas mesmo assim, foram fiéis a bandeira de Portugal e voltaram para a terra lusa como mártires. Por acreditarem que os países tinham que legislar novas leis que dessem aos seus cidadãos e não cidadãos à livre circulação, para que assim, pudessem depositar suas almas em alguma nação que sentiam mais ligação que as suas próprias cidades natais.

  • A chegada da extrema direita em Portugal

    junho 3rd, 2025

    Ágata esvaziou toda a sua biblioteca mais uma vez. Disse para as suas amigas que só leria livros agora pela internet. Queria ter mais espaço em sua casa para receber seus estudantes e amigos próximos. E para isso, resolveu derrubar a sua biblioteca, que ficava em seu escritório e assim, aumentou a sua sala de estar para recebê-los melhor.

    Passou a acreditar que o verdadeiro intelectual era aquele que estava no meio do povo ou em alguma manisfetação à favor dos direitos humanos. E não entrevado em algum escritório escrevendo e repensando a sociedade. E assim, resolveu nunca mais encher sua casa de livros, somente de gente.

    Ágata criou sarais literários em sua casa e gostava muito de ouvir seus estudantes e amigos discursarem sobre literatura, política e arte. Ficava sempre atenta quando dava alguma briga onde um pensava em salvar o mundo, enquanto o outro dizia que só queria viver sua vida em paz sem que fosse preciso fazer nenhuma rebelião para isso.

    Ela apaziguava toda a situação. Ia pegar água com açucar para seus convidados enquanto eles já estavam tomando uísque com soda. Era uma confusão só. E assim, Ágata resolveu suspender as reuniões em sua casa alegando que queria voltar a viajar para aprender com o mundo novamente. Não era nada pessoal e todos entenderam perfeitamente. Seus amigos ficaram encarregados de cuidar de seu apartamento no Porto, enquanto ela escrevia seus habituais artigos no jornal.

    Em questão de semanas ela ia da Alemanha à Rússia sem ter nenhum problema aparente. Gostava de ter por perto sua mochila esfarrapada e sua mala que já estava toda tricanda pelos danos da alfândega. Mas Ágata não se importava com nada daquilo, pois ela acreditava que o dinheiro era somente para viajar e nada mais. Por isso que sempre usava as mesmas roupas.

    De tempos em tempos voltava ao Porto onde seus amigos celebravam em restaurantes o seu regresso com muito estardalhaço. Ágata comia e bebia muito e gostava de dormir cansada depois de meses viajando. No dia seguinte, tinha novas ideias para escrever e recomeçava escrevendo artigos para os jornais que se divertiam com suas colunas.

    Ágata voltava com uma energia feroz por leitura. Ia a Livraria Lello para ver as novidades da semana e comprava todos os jornais disponíveis para ver o que estava acontecendo no mundo. E assim, depois de nutrir o seu espírito. Voltava para os seus compromissos de trabalho totalmente rejuvenescida. Dava suas aulas e escrevia nos jornais. Era uma rotina que não dava para cansar. Pois o importante era viver no presente.

    Ela gostava de guardar o seu dinheiro em casa. Ia aos bancos e dizia para o gerente que queria encerrar suas contas pois queria ter dinheiro imediato. E assim, quando se dava por sí, já tinha um montante dele sem sequer contar direito. Costumava pegar um belo montante dele e ajudar os pedintes na rua. Se sentia muito mais acolhida do que se tivesse gastado tudo com suas impulsividades.

    O tempo passou e sua atividade preferida ainda se mantinha a mesma. Adorava ver os turistas caminhando perto do rio Douro ou quando não, ia para os aeroportos ver as pessoas chegando e indo embora. Mas quando a extrema direita chegou ao poder no país tudo mudou.

    O governo assim que sentiu o gosto do poder em seu hálito, decretou a retirada em massa dos imigrantes do país. E olha que muitos estavam totalmente legalizados. Mas de nada adiantou. E assim, Ágata começou a presenciar o choro de desespero nos locais de embarque e desembarque.

    A situação ficou tão feia que ela quase não via mais turistas na cidade do Porto. As pessoas perderam logo o interesse de visitar o país. Mas de nada adiantou. Os portugueses agora não era mais solicitos com os brasileiros. Cuspiam neles e muita das vezes a polícia prendia os imigrantes sem ter nenhum motivo aparente.

    A hora tinha chegado mais uma vez!

    Pensava Ágata. E assim, ela reuniu secretamente o grupo de mercenários que se encarregariam de caçar todos os políticos responsáveis por aquelas políticas extremas no país. Mas para isso, Ágata teria que voltar a treinar com armas novamente.

    Depois de meses reunindo os melhores mercenários do mundo, Ágata enfim, estava pronta para tentar conter a extrema direita no país. Pois ninguém queria que os brasileiros sofressem em terras estrangeiras. Ela teve que desembolçar uma boa quantia de dinheiro para pagá-los, mas no fim, valeu a pena.

    O plano era simples. Era tentar fazer com que eles mudassem aquela política extrema de deportação e assim, dar o devido asilo à quem quisesse ficar em terras lusas produzindo. Mas infelizmente, os integrantes do governo não temeram aqueles mercenários e assim, eles tiveram que torturá-los para que fosse feito o que Ágata queria.

    Depois dessa ofensiva, o governo de extrema direita de Portugal pediu demissão e rapidamente foram feitas outras eleições, que elegeram um partido de esquerda que tinha em sua visão de governo um país feito com mãos de outras nacionalidades também. Pois acreditavam que a economia de todo o país era feita com a força de imigrantes. Porque só assim, Portugal iria prosperar e crescer novamente.

    Ágata rapidamente voltou aos aeroportos do Porto e de Lisboa para ver a recepção de imigrantes em terras lusas. E para a sua surpresa, os brasileiros vinham com um sorriso enorme em seus rostos. E assim que apoivam os seus pés em Portugal, agradeciam a Ágata por aquela dádiva de viver em um outro país onde ganhariam em euros e não mais na falência de um real que um dia chegou a ser mais valorizado que a moeda local.

  • A ilusão das redes sociais

    junho 2nd, 2025

    Ágata sempre gostou da diversidade de ideias. E tendo isso em mente, tratou logo de criar um grupo para discussões na Livraria Lello, no Porto. E assim, logo surgiu diversas intelectuais que trataram logo de levar seus filhos e amantes para aquele aconchegante lugar onde as escadarias faziam o papel de anfitriã.

    Todos tinham lugar de fala e normalmente era aberto um tempo cronometrado onde as pessoas poderiam falar sobre o que quisessem, para que pudesse ter um certo engajamento. E é claro que não demorou muito e aquilo acabou se transformando em um lugar onde as pessoas falavam abertamente sobre os seus problemas pessoais e o que elas poderiam fazer para resolvê-los.

    Ágata num primeiro instante, até tentou dizer que aquela roda de conversa não era para aquilo, mas logo se viu numa encruzilhada e acabou deixando que as pessoas pudessem se expressar com o que tinham em mente. E é claro que vieram alguns psicólogos e psicanalistas especializados que acabaram tirando o holofote daquela personagem principal.

    Uns alegavam que estavam passando por problemas conjugais seríssimos, enquanto outros, alegavam que não tinham aonde morar pois eram imigrantes ilegais.

    Ágata ficou sem saber o que fazer, mas logo utilizou o seu próprio apartamento para abrigar alguns imigrantes que não tinham o visto necessário para permanecer ali. E assim, os outros voluntários também trataram de fazer o mesmo.

    O círculo acabou aumentando e com o tempo, as pessoas acabavam se acotovelando para escutar esse grupo de estudos na livraria mais bonita do mundo. Gostavam de saber da vida dos outros e como seus semelhantes lidavam com os seus próprios problemas pessoais. Voltavam para as suas casas comentando que sicrano era abusado, gastão, irresponsável, agiota, gigolô, folgado ou até mesmo fora da lei. Mas no final, diziam que iriam pensar melhor nesses adjetivos e acabavam desculpando os erros dos outros se lembrando de que também eram apenas pessoas falhas que não tinham a hombridade de falar sobre os seus próprios empecilhos pessoais na frente de qualquer um.

    Os encontros aconteciam apenas uma vez por semana e todos tinham que confirmar à presença na semana seguinte como se fosse um compromisso com hora marcada no tribunal. O grupo de 10 foi para 20; fato esse que deixava a livraria um pouco congestionada as vezes. Mas Ágata sempre marcava um horário que não atraia muita a atenção dos turistas mais diurnos. E assim, duas horas antes de fechar o estabelecimento, a gerente da livraria fechava o local, para que o grupo ficasse mais à vontade com a livraria deserta.

    O grupo se desenvolveu e acabou progredindo na vida. Muitos conseguiram resolver os seus problemas pessoais de uma maneira leve e agradável para os olhos de quem está julgando e analisando o tempo todo; e assim, quando Ágata se deu por sí, já estava imersa nele a praticamente 1 ano. Contando suas falhas e delírios do dia a dia.

    Ela gostava de ver que aquelas pessoas tinham aprendido a escutar e não à julgar, tornando um ambiente muito acolhedor de se estar e pensar. E assim, um belo dia, o grupo se desfez e nunca mais teve o privilégio de se reunir novamente.

    Ágata volte e meia até encontrava alguém daquele grupo andando pelas ruas do Porto, mas preferia fingir que não as reconheciam, para evitar maiores problemas. Mas tinham outros que faziam questão de cumprimentá-la e agradecê-la por ela ter aberto aquele espaço de escuta em suas vidas.

    Muitos se tornaram grandes figuras públicas que só tiveram a oportunidade de abrir suas almas naquele instante em suas vidas. Pois Ágata agora via nos jornais aqueles rostos todos seguros de sí que não demonstravam mais todas as suas incertezas e melancolias aos seus semelhantes, pois na fama não era lugar de fazer isso, acreditava ela. Porque agora, a grande maioria tem o hábito de viver em redes sociais vendo a beleza de sua vida, enquanto que na realidade, todos continuavam sentindo as mesmas incertezas de antes, só que agora, ninguém tinha mais a coragem de mostrar para o mundo as suas falhas e arrependimentos que poderiam ser discutidos em consultórios terapêuticos que escutam tudo, mas são incapazes de aconselhar ou até mesmo guiá-los até um caminho seguro que esteja livre de tombos e penhascos inevitáveis.

  • Uma nova utopia digital que nos leva a sabedoria

    maio 23rd, 2025

    Pela segunda vez consecutiva, Ágata teve que desvaziar os livros que entupiam seu apartamento novamente. Só que agora a tarefa era muito mais difícil, porque dessa vez, ninguém se interessava por aqueles livros pouco conhecidos do grande público. E assim, ela mesma providenciou de colocá-los na frente da portaria de seu prédio, para que os turistas pudessem pegar e descobrir neles grandes mundos ainda desconhecidos.

    E para a sua surpresa, na hora do almoço, quase não tinha mais nenhum livro nas calçadas ladrilhadas do Porto. Ágata de sua sacada ia vendo alguns turistas parando na entrada de seu prédio e olhavam para os lados com um certo receio de pegar algo totalmente de graça, em praça pública. Mas no fim, saiam todos satisfeitos com o presente dado por alguém que desconheciam de suas vidas.

    Ágata gostava da experiência de preencher aquelas estantes de madeira com livros novos. E assim que podia dava os que lia e preenchia o espaço vazio com os que ainda não tinha lido. Porém, ultimamente ela estava se interessando muito por filosofia. Gostava de ver como os gregos, os medievais e modernos pensavam a existência humana, a divina e o surgimento da ciência como método científico.

    Refletia muito sobre a sua época e o advento da inteligência artificial na contemporaneidade. E assim, começou a fazer perguntas sobre a hipótese de aquilo estar beneficiando ou prejudicando a sociedade em sí. Pois antigamente os filósofos se preocupavam muito com o desenvolvimento de seus pensamentos; porém, agora, parecia que as pessoas estavam mais preocupadas com os seus engajamentos e números de seguidores nas redes sociais e nada mais. Prejudicando assim, sua própria evolução como ser humano. Fato esse que não acontecia antigamente. Porque nesse período da história, os estudiosos se preocupavam muito com as questões morais e éticas que faziam com que a ciência avançasse.

    Enquanto na contemporaneidade, as pessoas preferiam seguir os influencers como se eles fossem os novos profetas da terra, comprando o que eles usavam e até se alimentando com o tipo de comida que eles comiam, pois assim, conseguiam estar dentro dos padrões impostos pela nova sociedade moderna.

    Porém, isso acabava gerando um vazio existêncial muito grande, porque rapidamente o que estava na moda ontem, já não está mais no dia de hoje. E assim, nosso cérebro acaba sendo massacrado com informações totalmente irrelevantes até o final do dia. Ou seja, não estou dizendo que a tecnologia é algo totalmente prejudicial para o ser humano, mas as escolas e o núcleo familiar precisam educar essa nova geração consumista a nutrir seus espíritos com conhecimento de qualidade com pessoas mais bem qualificadas do que simplesmente influencers de maquiagem.

    Aos poucos, Ágata foi escrevendo esses pequenos artigos nos jornais locais de Portugal e imediamente outros jornalistas e filósofos também começaram a fazer o mesmo ao redor do planeta, para que esse fluxo de desinformação e fake news parasse de nutrir a mente da sociedade desavizada e sem filtro.

    Pois uma enxurrada de artigos invadiu as redes sociais alertando ao público que à consome, para que tivessem mais cuidado no consumo, pois o vício na redes prejudicava o cérebro de maneiras ainda pouco estudadas à longo prazo.

    Alguns filósofos alegavam que a sociedade agora não se preocupava mais com o avanço da ciência como antigamente e muito menos com a evolução do desenvolvimento cerebral. E assim, logo se entregavam nas mãos dos influencers para que eles servissem de guia para as suas vidas. Mas o grande problema da contemporaneidade – em suas visões de mundo – era que as vidas apresentadas nas redes sociais não eram reais.

    Como consequência, a sociedade começou a adotar novas medidas para nutrir seus espíritos. Pararam de seguir os influencers que eram vazios e sem conteúdo algum e começaram a seguir os escritores, jornalistas, historiadores, filósofos, economistas e artistas.

    Os governos do mundo passaram a colocar em suas pautas políticas o ensino da educação digital obrigatória nas escolas, universidades e em cursos livres para que a sociedade soubesse mexer em suas redes sociais com mais sabedoria. E assim, automaticamente as redes sociais abriram mais espaços para os especialistas de plantão. E o que antes era consumido aos montes, agora, era nutrido com mais equilibrio do espírito. Passando a ter uma regulamentação mais forte e eficaz do governo em sí.

    Um dos exemplos era o uso em demazia dessas redes, onde os próprios aplicativos tiveram que adotar alarmes de precaução de uso para aqueles que estavam mais do que uma hora usando-os.

    Depois dessas medidas, Ágata começou a perceber as mudanças em seu círculo social, pois antes todos ficavam em cafés e restaurantes olhando para as suas redes sociais como se aquilo fosse mudar suas vidas para sempre. E esqueciam de conversar com os seus pares que ficavam entretidos com aqueles telemóveis sem espírito. E agora, os seus pares deixavam seus celulares na entrada daqueles estabelecimentos, para que pudessem curtir uma boa conversa sem hora para que recebessem um alerta que os fizessem parar de viver.

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